sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cazuza - Por Toda a Minha Vida!


Há tempos pretendo reativar meu maior abandonado blog e... eis que surge a ocasião perfeita: acabo de assistir Por Toda a Minha Vida na Globo, que hoje apresentou um especial sobre Cazuza. O programa foi ótimo, misturou humor, recordações, histórias, emoções, saudades... Sem exageros, tudo na medida certa. Não na medida de Cazuza, claro!
Exagerado - no sentido lato mesmo - Cazuza viveu cada minuto de sua existência como se soubesse que seria breve. Para Lucinha ele dizia "Jesus Cristo morreu com 33 anos e olha a fama que ele tem. Por que eu preciso viver mais que isso?". Vida louca, vida... Vida breve, mas vivida intensamente.
Garoto mimado da classe média, desde a adolescência Cazuza não acatava os limites que o pai tentava lhe impor. A mãe admite que não conseguia dizer não ao filho. O fato é que ele era um eterno insatisfeito. Queria sempre mais. Mais um copo, mais uma tragada, mais uma balada, mais um amor... Carreira, dinheiro, canudo... Queria um trem pras estrelas, pois tudo fazia parte do seu show.
Me incluo numa geração de fãs póstumos. Cazuza morreu quando eu tinha 6 anos. Não era idade o bastante para, na época, saber de quem era o rosto nas fotos dos jornais que registravam sua morte, mas o suficiente para perceber que tinha deixado muita gente triste com sua partida.
Lembro da primeira vez que o ouvi cantar, era a abertura de uma novela, com cores da bandeira brasileira e a ideologia transbordava em sua voz. Naquela ocasião, eu não tinha a menor consciência de sua genialidade. Sim, Cazuza era genial! Um dos maiores poetas da música brasileira.
Cazuza compôs e cantou os sonhos de uma nação saída de 20 anos da ditadura militar, para jovens que ansiavam por heróis em quem depositar sua confiança, uma geração à espera de boas novas.
Ele, como ninguém mais, era capaz de dizer o amor em palavras tão simples e, mesmo assim, fazê-lo de forma tão doce. Ele apenas queria matar a sede na saliva... Ele apenas queria todo o amor que houver nessa vida... Era por isso que clamava, era isso que queria transmitir. Tudo isso pro dia nascer feliz...
Por que não sorveu menos os prazeres da vida? Talvez ainda tivéssemos a honra de te ter entre nós. Egoísmo de minha parte pensar isso, eu sei, mas é inevitável.
Contudo, um poeta nunca morre. Seu corpo desapareceu, mas o tempo não pára e teu legado permanecerá. E como disse outro poeta (Renato Russo) em tua homenagem "É tão estranho, os bons morrem jovens..."

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